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Bancos destinaram R$ 19,4 bilhões à TIC em 2009

28-Maio-2010 - Fonte: Decision Report

Os gastos dos bancos brasileiros com TI alcançaram a cifra de R$ 19,4 bilhões em 2009, de acordo com a pesquisa anual O Setor Bancário em Números, divulgada hoje pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos). O número representa um crescimento de 6% comparado aos R$ 18,3 bilhões registrados no ano passado.

“Esse índice foi surpreendente e mostra que o setor passou bem pela crise, já que ela explodiu no último trimestre de 2008, justamente quando as instituições estavam planejando o que seria feito em 2009, e ainda assim houve crescimento”, opinou Gustavo Roxo, diretor de TI da Febraban.

Se no orçamento destinado à TI, o setor mostrou que resistiu à turbulência econômica, ao mesmo tempo, a aplicação desses recursos mostra que apenas 25% foram destinados aos investimentos, enquanto que os 75% restantes representaram os gastos com despesas operacionais.

O executivo reforça que grande parte desse contexto se explica pelo fato de que, diante da crise, os bancos buscaram priorizar a garantia de uma boa operação e a exploração de plataformas e ferramentas adquiridas anteriormente, ao invés de realizarem novos investimentos de maior vulto.

Passado e futuro

Do total de gastos computados, R$ 5,1 bilhões foram relacionados à hardware, R$ 4,1 bilhões à telecom, R$ 3,5 bilhões à softwares de terceiros, R$ 2,6 bilhões à infraestrutura, R$ 1,7 bilhão à softwares in house e R$ 2 bilhões a outros recursos.

No campo do Outsourcing, o estudo mostrou que o direcionamento dos grandes players está focado em quatro categorias que já mostram maior amadurecimento nesse tipo de oferta: 78% dessas instituições já utilizam essa prática em Help Desk; 78% em Serviços de Impressão; 69% em Processamento de Cartões; e 63% em Processamento de Envelopes.

Para Gustavo Roxo, os próximos processos que devem ganhar força nesse sentido são os recursos de Redes e Telecomunicações. “Os serviços nessa esfera já estão praticamente 100% terceirizados. Já em relação à monitoração e gestão desses procedimentos, alguns bancos ainda preferem manter isso internamente”.

Quanto às expectativas de evolução dos investimentos em TI neste ano, o diretor não citou números, mas acredita que o orçamento será superior ao verificado em 2009. Nesse sentido, ele destacou algumas tecnologias e conceitos que estarão em alta nas estratégias das instituições, como Business Intelligence, Segurança da Informação, Governança de TI e Cloud Computing.

“Os bancos têm usado muito virtualização. Se você domina esse processo, que é a base da Cloud, porque não investir na cereja do bolo, que é a computação em nuvem? As infraestruturas estão mais maduras e a tendência é começar a focar nesse tipo de arquitetura, que traz muita facilidade para escalar estruturas de baixa plataforma”.

Atendimento e origem

Na rede de atendimento, a maior taxa de crescimento foi a dos correspondentes não bancários, com 38%, relativos a 150 mil pontos. As agências e postos tradicionais, por sua vez, tiveram um crescimento de 4% no último ano e passaram de 31 mil para 32 mil localidades.

Em relação à origem das transações, os ATMs continuam a ser o principal meio utilizado pelos clientes, com 33% das operações. Já o Internet Banking concentrou 20% dessas ações e movimentou R$ 9,3 bilhões em 2009, um crescimento de 17,7% em comparação ao ano anterior.

Expansão virtual

Outros números levantados pela pesquisa reforçam a evolução consistente da web como canal utilizado pelos clientes. No Internet Banking, o total de contas atingiu o patamar de 35 milhões, uma expansão de 18% em relação a 2007.

“Todo novo cliente que entra no sistema bancário, automaticamente adere ao Internet Banking. Cada vez mais as transações serão virtualizadas e baseadas em meios eletrônicos, seja através da rede, de ATMs ou de cartões. A tendência é que as agências se voltem prioritariamente ao fator relacionamento”.

Já as contas correntes e contas de poupança alcançaram os índices de 134 milhões e 91 milhões, respectivamente, enquanto que o número de cartões de crédito chegaram a 136 milhões, crescimento de 31% comparado a 2007, com ticket médio por transação de R$ 256.

Dentro do número crescente de transações e processos realizados virtualmente, Gustavo Roxo acredita que a evolução dessa tendência está diretamente ligada a alguns desafios que devem ser vencidos pelo setor, especialmente, a viabilização de meios que tornem essas operações cada vez mais eficientes e seguras.

“É preciso escalar processos de certificação digital, de digitalização de imagem e outros recursos que nos darão capacidade de fazer coisas mais complexas através dos canais virtuais. Imagine um dia você realizar toda uma operação de crédito imobiliário sem que o cliente precise ir até a agência. Para isso, é necessária a formalização dos documentos digitais e todo um arcabouço de processos, e ainda não chegamos nesse ponto”, concluiu.

 

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