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Polícia Civil preparada para o RIC

13-Maio-2011 - Fonte: Bruno do Amaral

Enquanto o país ainda engatinha na tecnologia de reconhecimento biométrico, o Distrito Federal dá o exemplo com a modernização da Polícia Civil por meio da tecnologia AFIS (sigla em inglês para "sistema de identificação automática pela impressão digital"). Por isso, o pioneirismo na unidade da federação foi um dos temas abordados durante a 16ª edição da Cards Payment & Identification 2011, evento de Cartões, Meios de Pagamentos e Identificação das Américas, que aconteceu em São Paulo na semana passada.

Com 3 milhões de habitantes, o cenário na capital federal é obviamente menor do que de estados como Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, mas os desafios não foram poucos. O sistema antigo tinha atendimento precário no processo de identificação civil, ainda utilizando banco de dados em papel. E a solução de crimes com o reconhecimento do registro do cidadão era quase inexistente.

"Acabamos com o arquivo manual, agora é tudo digital", afirma o diretor Adjunto da Polícia Civil do DF, Nadiel Dias da Costa. "Hoje, há mais dificuldade para realizar fraudes, estamos praticamente imunes", garante. A diferença é sentida no atendimento ao público nos 20 postos de identificação (todos informatizados), que agora consegue a carteira de identidade mais rapidamente, sem precisar colocar a impressão por tinta ou levar fotografia: todo o registro é realizado com computadores, com imagens já no padrão exigido para softwares de reconhecimento facial e impressão digital.

A mudança também visa a preparação para a futura integração com o Registro Único de Identidade Civil (RIC) e a maximização já em andamento da solução de crimes por meio da investigação pelo banco de dados. O sucesso da empreitada, referência na América Latina, chegou a chamar a atenção e o interesse de países como Japão e Índia, segundo o diretor. "O foco do projeto é fazer da impressão digital o elo mais forte da segurança oferecida ao cidadão", afirma Costa.

Isso se vê também na unificação do banco de dados civil e criminal, embora "separado por flags", diz o representante da Polícia. "Se alguém tiver pendências com a Justiça, é possível identificar por meio da fiscalização móvel", diz, explicando que agentes possuem PDAs importados dos Estados Unidos para checar remotamente via internet informações a respeito de suspeitos. Também quando há tentativa de fraude dos documentos, há o tratamento de duplicidades, quando o perito pode fazer um laudo papiloscópico para confirmar a autenticidade ou não do registro.

Isso se reflete em números, com um índice de 3,5% de soluções de crimes por meio de perícia, número considerado altíssimo em relação a demais centros urbanos brasileiros. E a tendência é crescer, também pelo Instituto de Identificação, principalmente por meio da papiloscopia, com a meta de esclarecer 35% dos casos que passam pela instituição até o final de 2011.

"Hoje temos condições de trabalhar em parcerias com outras entidades, públicas ou privadas”, explica Costa, citando o Detran-DF como exemplo de integração. "Atualmente, todas as cidades do DF estão no nosso banco de dados digital", garante. O sucesso do modelo em Brasília não dá espaço para modéstia - tanto que, para o diretor, "seria um sonho se toda Polícia no Brasil estivesse preparada como a do Distrito Federal". De fato, não foi por acaso que o caso foi parar em um evento de identificação e pagamento de cartões.

 

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