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Teste aponta gargalos na rede

Junho-2001- Gazeta Mercantil

São Paulo, 19 de junho de 2001 - Cada vez mais as empresas especializadas em gerenciamento de rede estão aperfeiçoando seus métodos de previsão de acesso às redes, de forma a evitar lentidão, congestionamentos e, conseqüentemente, a perda de usuários. O primeiro passo é realizar testes para descobrir até onde a infra-estrutura planejada corresponderá às expectativas - tudo isso antes do serviço ser lançado ao público. 'É o que chamamos de gerenciamento de risco', diz Gilberto Pedroso, gerente da Mercury Interactive, especializada em testes de performance em aplicativos.

Uma das armas da empresa na batalha do dimensionamento da rede é o LoadRunner, software que faz o prognóstico do comportamento e da performance do sistema por meio de testes reais que simulam o tráfego e avaliam a infra-estrutura. A ferramenta foi usada recentemente pelo Banco Mercantil de São Paulo (e instituições Finasa) para avaliar a capacidade do seu internet banking, com previsão de ser lançado no início de julho, após investimentos de US$ 1,5 milhão. 'Queríamos nos antecipar aos clientes e saber como eles seriam atendidos, tanto em termos de qualidade, quanto em tempo de resposta', diz o CIO do banco, José Ferrara.

Com base nas estatísticas de que usuários dos serviços on-line correspondem a índices entre 25% e 30% do total de clientes de um banco, Ferrara chegou ao montante de 100 mil usuários prováveis e uma estimativa de ter de 600 a 800 acessos simultâneos em determinadas faixas de pico. Com a infra-estrutura tecnológica pronta, o executivo recorreu ao ActiveTest, serviço da Mercury que utiliza o LoadRunner na realização das simulações, com a vantagem delas serem feitas a distância. Segundo Pedroso, cerca de 35% dos problemas ocorrem no firewall, no canal e no load balance, itens que não podem ser testados dentro de casa.

Uma das propriedades da ferramenta é indicar em quais pontos ou componentes da rede estão os gargalos. Isso propicia, às empresas que trabalham com terceiros, que seja cobrado deles o mesmo nível de serviço que elas oferecem aos seus clientes', diz Pedroso. No caso do Mercantil um dos problemas era com o balanceamento da carga do web server. 'Foi detectado que o sistema estava privilegiando um grupo de servidores em detrimento de outro. Um erro de parametrização do hardware', conta Ferrara. Além disso, após um teste inicial, precisaram ser feitas alterações também no monitor de teleprocessamento do ambiente mainframe do banco e na engenharia do aplicativo e ajustes na configuração do sistema operacional Windows 2000 e do banco de dados SQL.

Todas essas mudanças, feitas em conjunto com a Diveo (empresa que hospeda o serviço de internet) e com a Qualisoft (responsável pelo aplicativo) consumiram 15 dias. 'Com a vantagem de não precisar de nenhum investimento extra para conserto ou compra de novos equipamentos', diz Pedroso.

Vinte e quatro horas depois o banco recebeu o novo resultado: estava apto a receber até 600 acessos simultâneos dentro do nível de serviço estabelecido internamente, ao contrário dos 60 previstos após o primeiro teste. 'A partir daí percebemos um aumento no tempo de resposta', diz Ferrara, esclarecendo que, no primeiro teste, 100 usuários simultâneos fizeram com que o sistema parasse de funcionar. 'Obviamente, se eu quiser fazer com que, a partir de 600 usuários o tempo de resposta volte aos parâmetros que nós consideramos eficientes, tenho que aumentar a capacidade instalada. Por enquanto, se houver descontinuidade do serviço não vai ser por causa da infra-estrutura.'

Com o serviço no ar, a missão passa a ser a monitoração da disponibilidade dos componentes. Para garantir o nível de serviço, a Diveo adquiriu a mesma ferramenta utilizada nas simulações do Finasa - o LoadRunner - destinada a fazer testes mensais no site do banco. 'Vamos ter um monitor no nosso NOC (Network Operator Control) que é um espelho da estação de monitoração', explica Ferrara. Para o profissional, esse acompanhamento intensivo e preventivo ajuda a evitar também outros tipos de problemas. 'Em muitos casos, em que as reclamações acabam recaindo sobre os bancos, o gargalo não é na infra-estrutura de quem oferece o serviço, mas no provedor do cliente. Com a monitoração pode-se saber onde está o problema.' O contrato com a Diveo prevê que, se o serviço cair por indisponibilidade de hardware, tem que estar no ar novamente em duas horas. (TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO/Página 8) (Gabriela Gutierrez Arbex)

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